segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Novidades do Congresso Brasileiro de Reumatologia

DURANTE UM Congresso Brasileiro de Reumatologia, realizado em Campinas durante a semana da Pátria, a Fibromialgia (FM) teve um lugar de destaque, ocupando várias discussões, palestras e encontros com professores. 

Em um congresso médico, mais do que novidades “espetaculares” de tratamento, o mais útil e interessante para todos é a troca de experiências de reumatologistas de todos os pontos do Brasil, visando melhorar o atendimento dos pacientes com Fibromialgia. Neste editorial, gostaríamos de destacar alguns pontos que foram comentados nas diversas discussões entre especialistas. 

Em primeiro lugar, a atividade física e a reabilitação física, como fisioterapia e terapia ocupacional, têm um lugar de destaque no tratamento da Fibromialgia. Todos concordam que pacientes com FM raramente melhorarão se não se engajarem em alguma atividade física. Os médicos devem trabalhar em conjunto com estes profissionais, acompanhando o progresso do pacientes. Destacou-se o fato de que o médico deve aprender melhor a prescrever exercícios assim como prescrevem medicações. 

Em relação a medicações, discutiu-se que não existe um remédio único para o tratamento da Fibromialgia, e que a prescrição destes dever ser extremamente individualizada. Dificilmente uma medicação isolada será útil, e uma combinação das mesmas geralmente será necessária. O uso de analgésicos, inclusive os mais potentes, pode ser útil especialmente no início do tratamento, quando o paciente está começando a atividade física. Os argumentos de vários palestrantes demonstraram que cada medicamento, seja para o sono, para a dor ou para depressão não deve ser visto com um fim em si mesmo, mas como uma “escada” que permita que o paciente atinja objetivos maiores. Cada vez mais, cada medicação prescrita deve ser continuadamente analisada quanto à sua contribuição ao tratamento geral. 

Finalmente, em várias sessões se discutiu sobre o aspecto da compensação trabalhista em relação à Fibromialgia. Este é um assunto delicado, que preocupa muito os reumatologistas. É quase um consenso que pacientes com FM que se afastam do trabalho não melhoram de sua condição, e geralmente pioram de sua sintomatologia. Por este motivo, deve-se tentar manter o paciente trabalhando, analisando as tarefas realizadas, o uso de analgésicos durante o trabalho, se há pausas freqüentes e como é o ambiente de trabalho (físico e psicológico). Sabe-se que a situação é complexa, envolvem muitas vezes médicos assistentes desavisados que na ânsia de ajudar os pacientes prescrevem afastamentos por tempo superior ao que seria saudável, e médicos peritos que insistem que, o médico assistente forneça laudos sobre incapacidade ao trabalho, quando este não conhece o local de trabalho do paciente. A Sociedade Brasileira de Reumatologia acaba de criar uma comissão somente para atuar nesta área. 

Eduardo S. Paiva
Reumatologista
Chefe do Ambulatório de Fibromialgia do HC-UFPR, Curitiba.
DEVIDOS CREDITOS PARA fibromialgia.com...

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